A inércia apoderou-se da acção. Torna-se mais simples ser espectador dos dias que passam do que ultrapassar os obstáculos que parecem demasiado complexos.
Longe iam os dias em que a opção de ver o tempo passar era mais apelativa do que desbravar caminho. Falta a motivação. Demasiadas coisas não estão certas e os pensamentos vão-se entrelaçando e tornando tudo mais difícil.
A libertação ocorre apenas quando as lágrimas rolam e se confundem com a chuva que cai e lava todo o meu ser. A sensação é de libertação, como se todas as incertezas e receios fossem arrancados e apenas ficasse o essencial daquilo que sou.
Afinal o que isso é? É demasiada a confusão, a falta de algo que me mova, que me desperte. Até as palavras se tornam revoltas e deixam de fazer sentido.
Qual a solução para esta inércia que em vez de se tornar irritante toma a forma de um refúgio. Deixar que o tempo passe é sempre mais simples mas nem sempre o mais acertado. E é isso que alarmantemente ecoa em mim. Não está certo. Vai ter de existir um ponto de viragem em que a actividade vai ter de vir ao de cima e a vida voltará a fazer sentido como ela é, na sua verdadeira aceitação da palavra. Aquela vida em que as horas passam e a sensação de a aproveitar reina.
O grande problema é a mudança. A sede de mudança mas sem que haja aceitação de que uma mudança acarreta sempre abandonar o perímetro de segurança e ficar à mercê do desconhecido.
Afinal os sentimentos não são assim tão confusos. No fundo é o medo do que virá que comanda, neste momento, e comandará até que a inércia se quebre e a acção tome as rédeas disto a que chamo viver.
Não é hábito meu utilizar este espaço para outros fins senão esvaziar a alma mas desta vez uma amiga precisa de uma ajudinha e cá estou eu para isso.
Pedia a todas as mulheres que perdem o seu precioso tempo a ler os meus devaneios para responderem a um pequeno e muito curto questionário. É algo fácil e que não vos rouba mais do que um minuto.
Este é o link
Nós agradecemos, é de extrema importância a obtenção do maior número de respostas.
E se quiserem divulgar agradecemos também.
Não sei por onde começar. Todos os meus problemas existenciais parecem tão insignificantes perante os verdadeiros problemas mundiais que me remeto ao silêncio, ou talvez seja apenas a uma inexpressão que me envolve. Tenho tudo que me incomoda tão emaranhado que não consigo encontrar palavras que o descrevam.
Porque haverá sempre uma mau estar, uma acção ou reacção condenatória por parte dos que nos rodeiam? Porque me sinto pequena e insignificante face aos outros? Porque me sinto tão inexperiente e com receio de viver? Porque não sou capaz de amar sem temer pelo que me espera como retorno? Porque não consigo enfrentar o que me deixa trémula e incapacitada de modo a alcançar a ideia de querer fazer algo de frutífero?
Tantos porquês. Todos existentes mas provenientes de diversas situações e pessoas.
Amo, sei que amo, mas tenho medo de amar. Vou amando devagarinho, a medo vou dando, passo a passo, dia após dia, e quando penso que tenho segurança em mim logo surge algo que me torna pequena de novo.
Faço, vou fazendo e desenvolvendo o pouco conhecimento que tenho mas quando realmente penso que estou a ser bem sucedida logo surge alguma situação que me faz encolher na minha redoma.
Sinto, sempre senti. Não o faço tão impulsivamente como em tempos mas continua a ser intenso. Alcanço a felicidade quando sei que eu e os meus estamos bem. No entanto, quando creio que consegui conciliar todos na minha vida logo algo irrompe e torno a diminuir.
E é assim...tudo se resume a um labirinto com diversos caminhos que me conduzem sempre ao mesmo sentimento. Continuo a sentir que não consigo viver como quero. Fazer o quero, lutar pelo que quero. Em vez disso, sinto-me imensamente pequena como se a minha existência apenas se moldasse à satisfação "das minhas pessoas", à obtenção do que é certo e racional, a não errar e jogar sempre pelo seguro.
E é assim...às vezes sinto que eu não sou eu...que o eu que quero ser não é este...
É dificil. Nem sequer consigo distinguir quais as reacções correctas. Perco-me entre a razão e a emoção, a racionalidade e o impulso. Não é fácil. Tento por tudo manter os factos à superfície da consciência, partilhada entre cabeça e coração. Os receios são pressionados para o mais recôndito pensamento possível.
Contudo, permanecem. Sempre permaneceram. Como ser emocional que sou, a objectividade da melhor acção nem sempre consegue bloquear a subjectividade do sentimento.
Procuro um meio termo.
Ainda não encontrei, embora me sinta cada vez mais detentora de um certo controlo. Nunca me poderão acusar de falta de esforço. Nunca. Este auto-controlo a que me vou submetendo acarreta demasiados pensamentos.
O receio permanecerá. Sempre. Quando se gosta teme-se.
"But then I promised it would change, then I promised it would be ok"
Fez-me bem apanhar ar. Deixar que todos os pensamentos destorcidos e complicados se libertassem e fosse restabelecida a autonomia de raciocínio.
Fez-me bem falar. Expor todos os sentimentos e ideias que conviviam sobrepostas e que me impediam de me sentir bem.
Tudo se tornou mais claro após o conciliar destas duas acções.
Parei, expus, respirei e ouvi a objectividade dos factos e não a subjectividade da insegurança. Sinto-me melhor, com a certeza do que quero e do que terei de fazer para não ser de novo incomodada pela incerteza, que apenas torna a vida mais complexa e difícil de compreender.
Não sei amar sem sofrer. Há sempre algo que me demonstra a existência de uma dor de amar. Basta uma palavra...uma acção...um silenciar...É de mim. É de mim esta sensibilidade desmedida que persegue a minha aparente felicidade...
Não consigo viver assim mas também não sei viver de outra maneira.
Gosto mas magoo-me. Admiro mas iludo-me. Vivo mas caio nas minhas próprias convicções irreais. Duvido se algum dia conseguirei sentir sem estes dois lados opostos. Desconheço a existência de amar sem ter consequencias adjacentes. Não sei. Não entendo se será possível.
Apenas sei que dói gostar.
"Memory is a good thing if you don´t have to deal with the past"
Apenas gostaria de saber se algum dia conseguirei lidar com o meu passado. Continuo a debater-me com uma indignação constante relativamente ao rumo de certas circunstâncias.
O mais incomodativo é presenciar o passado a interferir no presente. Sinto-me condicionada, naquilo que faço ou penso, por aquilo que supostamente deveria ser esquecido.
É impossível. É incontrolável o viver sem uma afectação passada.
Vivo subjugada ao que vivi.
Chego a um ponto de saturação em que se pudesse fugia. Fugia de tudo até encontrar um sitio onde pudesse respirar e conseguir entender quais os actos errados. Não estou bem. Demasiada ambição? Crença ilusória em relação às pessoas?
Tudo me escapa por entre os dedos. Aquilo que julguei realizar-me, as pessoas que julguem serem permanentes pilares na minha vida. Tudo se esvai. Nada fica o tempo suficiente para eu o contemplar e dizer que sou feliz.
Como é possivel ter situações passadas mal resolvidas quando sou a primeira a debater-me com a defesa do esclarecimento de desentendimentos? Como é possível não ter direito a sentir sem que tenha de passar por provas, por vezes incontornaveis? Como é possivel serem mais as vezes que vejo o fracasso naquilo que quero?
Não entendo o porquê da força de vontade nem sempre valer de nada. Não consigo lidar com a incapacidade do "querer". Sinto saudade de quando limitava-me a viver sem ter que me debater com a minha constante dispersão de pensamentos.
Não adianta dizer que não vou voltar a tentar o que quer que seja na minha vida. Não servirá afirmar que não me envolverei emocionalmente com mais ninguém. Não fará sentido ser convicta aquando de um não voltar a confiar em algo ou alguém.
Não.
Conheço-me.
Continuarei, vezes sem conta, a confiar, a tentar, a gostar, a viver, a voar mais alto do que deveria e provavelmente a cair mais uma vez.
I can't stop shaking
Morro de medo. Medo de gostar demais.
Sou incapaz de permanecer estável sem pensar que poderei passar pelo mesmo...a mesma dedicação, a mesma ilusão, o mesmo final.
Hoje foi me dito para não me deixar afectar pelo passado, não permitindo que este interfira no presente. Tento mas sem o conseguir fazer plenamente. Há feridas passadas que doem com as acções presentes. Lembranças do que é gostar e viver de acordo com esse sentimento para tudo não passar de excesso de sentir contrastante com qualquer outro encarar de relação.
Já não sei se sou eu que dou uma importância desajustada ao sentir. Desconheço se será possível haver sentimento mútuo sem um dos sentimentos se sobrepor ao outro. Deixo de compreender o meu próprio entendimento de circunstâncias, que cada vez mais se apresentam desajustadas e pouco frutíferas.
Às vezes tenho medo. Receio o desconhecido e tudo o que isso pode trazer. Arrepia-me a hipótese do que é hoje já não o puder ser amanhã. A possibilidade de tanto viver num estado apaixonante e entusiasmadamente feliz como logo a seguir tudo cair por terra e me sentir perdida e sem rumo. Retraio-me cada vez que penso que não é possível manter todas as pessoas perto de mim, mantendo a mesma intensidade, as mesmas vivências, os mesmos momentos. Custa-me ter de admitir que tudo é de tal forma mutável que, por vezes, vejo-me obrigada a optar por pessoas, sem o querer fazer.
Não entendo o porquê da incapacidade que existe em manter tudo em meu redor controlado...as situações...as pessoas...tudo o que me realiza...
Não aceito esta impotência em, não só, não ser capaz de tudo para mim, como para as pessoas de quem gosto.
No entanto, apesar de todos estes confrontos, prefiro suster-me nos ideais de que para alcançarmos o bom da vida temos de passar pelo menos bom...mesmo que esta máxima pareça utópica...pois se não tivesse passado por certas situações menos boas nunca saberia dar o valor ao que tenho hoje e ao que posso vir a ter e viver futuramente.
"A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável."
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