Não sei por onde começar. Todos os meus problemas existenciais parecem tão insignificantes perante os verdadeiros problemas mundiais que me remeto ao silêncio, ou talvez seja apenas a uma inexpressão que me envolve. Tenho tudo que me incomoda tão emaranhado que não consigo encontrar palavras que o descrevam.
Porque haverá sempre uma mau estar, uma acção ou reacção condenatória por parte dos que nos rodeiam? Porque me sinto pequena e insignificante face aos outros? Porque me sinto tão inexperiente e com receio de viver? Porque não sou capaz de amar sem temer pelo que me espera como retorno? Porque não consigo enfrentar o que me deixa trémula e incapacitada de modo a alcançar a ideia de querer fazer algo de frutífero?
Tantos porquês. Todos existentes mas provenientes de diversas situações e pessoas.
Amo, sei que amo, mas tenho medo de amar. Vou amando devagarinho, a medo vou dando, passo a passo, dia após dia, e quando penso que tenho segurança em mim logo surge algo que me torna pequena de novo.
Faço, vou fazendo e desenvolvendo o pouco conhecimento que tenho mas quando realmente penso que estou a ser bem sucedida logo surge alguma situação que me faz encolher na minha redoma.
Sinto, sempre senti. Não o faço tão impulsivamente como em tempos mas continua a ser intenso. Alcanço a felicidade quando sei que eu e os meus estamos bem. No entanto, quando creio que consegui conciliar todos na minha vida logo algo irrompe e torno a diminuir.
E é assim...tudo se resume a um labirinto com diversos caminhos que me conduzem sempre ao mesmo sentimento. Continuo a sentir que não consigo viver como quero. Fazer o quero, lutar pelo que quero. Em vez disso, sinto-me imensamente pequena como se a minha existência apenas se moldasse à satisfação "das minhas pessoas", à obtenção do que é certo e racional, a não errar e jogar sempre pelo seguro.
E é assim...às vezes sinto que eu não sou eu...que o eu que quero ser não é este...
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